quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Primo de Bruno diz que foi torturado pela polícia com um saco na cabeça


Primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales voltou a dizer hoje à Justiça que foi agredido e torturado por policiais, inclusive com um saco na cabeça, fazendo com que incriminasse o jogador e dissesse que ouviu dele o relato do suposto homicídio de Eliza Samudio.

Único dos réus que chegou a colaborar com a polícia, ele voltou atrás em várias declarações, inocentando Bruno. Ele presta depoimento à juíza Marixa Rodrigues no Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Sales disse que sofreu agressões do delegado Júlio Wilke desde que foi preso. Disse também que foi agredido no rosto por uma policial chamada Laura, que o chamou de "bandido e marginal de merda".
Ele contou que levou socos de Wilke e que foi torturado com um saco plástico. "Ele botou uma sacola na minha cabeça e começou a dar soco", disse.
Sales disse que os delegados Wagner Pinto e Edson Moreira [chefe do Departamento de Investigações e responsável pelo caso] presenciaram as agressões. A polícia já negou qualquer agressão.
O réu disse que quando foi preso, no dia 7, foi obrigado a prestar depoimento das 8h às 22h e que não leu o depoimento que assinou.
BRUNO
Sales disse que, devido às agressões, mentiu no primeiro depoimento, dizendo que Bruno esteve presente no local que Eliza foi morta.
"Pela pressão que eles estavam me fazendo eu falei que o Bruno tinha ido. É mentira isso", afirmou.
O primo do goleiro já havia tirado o atleta da cena do crime antes, em um segundo depoimento que prestou à polícia.
Desta vez, à Justiça, Sales foi além, livrando Bruno mais ainda. Disse que não ouviu o relato da morte de Bruno, mas do primo adolescente do jogador, que teria estado na cena do crime. O jovem, por sua vez, também já voltou atrás e disse que inventou suas declarações.
Sales também não confirmou mais que Eliza estivesse mantida sob cárcere no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), dizendo que ela circulava livremente por lá. Também voltou atrás na declaração que viu uma "brecha, um buraco muito grande" na cabeça de Eliza, passando a dizer que não viu ferimentos nela.
Ele também negou desavenças com o braço direito de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

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